segunda-feira, 11 de março de 2013

Excelência da Fé - Parte 1 - Sem rótulos


Eu nasci e fui criado dentro da ideologia cristã. Passei minha vida numa sociedade (E quando digo sociedade, falo de família, colegas, vizinhos, TV, enfim, tudo) ouvindo tudo e todos dizerem que fomos criados por um ser extraordinário, que tudo pode e tudo vê, e que tudo o que acontece ou aconteceu nessa Terra foi documentado em um livro místico chamado Bíblia.

Enfim, o tempo foi se passando, e mesmo que empiricamente, eu fui desenvolvendo uma capacidade racional voltada para o pensamento científico, onde tudo é posto a prova. Então desde os 8 anos, quando eu lia a Revista Super Interessante, e naquela coluna "E se..." eu sempre pensava: "E se Deus não existe? E se tudo não passa de uma convicção falha da humanidade? E se o nada é o que está por vir para nós?"

Esperei então, pacientemente, atingir certa idade, obter minha independência psicológica e financeira, para poder enfrentar família e amigos de modo a transpor essa dúvida para eles, e informar a todos que eu me absteria de qualquer crença, e consequentemente me afastaria de qualquer instituição religiosa até ter alguma posição relacionada à fé. Prevendo uma não aceitação geral, parte da minha independência financeira incluiu morar sozinho.

Em fevereiro de 2011 então, abandonei todos os cargos que tinha na Congregação Cristã no Brasil, que era a instituição religiosa que eu participava. Iniciei uma busca cética pela fé, mas também aberto à experiências sobrenaturais. Eu li vários artigos (tentarei colocar o maior número de fontes no final do post) sobre fé e religião, visitei algumas reuniões religiosas diferentes, as quais fui convidado.

Na edição antiga deste blog, eu havia escrito um artigo falando sobre isso, e fui muito criticado positiva e negativamente, por isso me preparei psicologicamente antes da declaração. Fui bem claro que não podemos estar certos de tudo, pois até a mais exata prova pode ser posta a teste. Minha declaração então foi que, até uma nova decisão, eu seria ateu, não agnóstico. Decidi ser extremista pelo fato de que estava crente que não existia nada sobrenatural, que tudo não passava de psicológico coletivo, e as idéias de religião concentravam centenas de coisas exceto seu verdadeiro valor: A Fé.

Em dois anos, eu tive as experiências mais ousadas da minha vida. Desde o uso de drogas para testar se isso teria alguma relação com o sobrenatural, até procurar o pessoal que faz as macumbas, trabalhos espirituais, receber espirito e tudo mais. Este pessoal não me recebeu bem, não quis que eu participasse de nada deles. O porque eu não sei, o fato é que meu conhecimento sobre as tais macumbas ficou só na teoria. Eu estava em busca da verdadeira fé. De onde eu poderia extrair a verdadeira experiência sobrenatural.

Nesses dois anos eu percebi que rótulos não valem nada! Não há como definir-se ateu, agnóstico, religioso sem usar da fé (mesmo que para o caso do ateu, utiliza-se da falta dela). Existem pessoas que são religiosas por inércia, e existem ateus que são assim por inércia. Quando digo inércia, seriam pessoas que não se interessarem pela prática ou estudo religioso, e ficam estagnados, sem buscar algo. Quem a família leva à igreja, passa a vida como crente. Quem a família não importa, leva a vida como ateu/agnóstico.

Eu encontrei uma analogia interessante: O sexo. Um casal se conhece, e vai criando intimidade, muitas vezes eles se relacionam sexualmente sem conhecer biologicamente a pessoa. Não fazem exames de DST, não questionam sobre ex-parceiros, simplesmente, num dia especial, tiram a roupa e partem pro abraço. Essa prática eu considero como o inerte. Tanto o ateu inerte quanto o crente inerte. Ele está ali, na sua ideologia, se está certo ou não, isso é outro departamento. Só praticam sua religiosidade (ou a falta dela) por estarem na zona de conforto.

Eu não consegui ser inerte. Sempre estou a busca do sobrenatural. A época em que mais li o tal livro místico foi nesses 2 anos fora da igreja. Foi onde eu mais aprendi sobre a fé, pois não estava preso a nenhum dogma, podia tirar minhas próprias conclusões sobre qualquer assunto. E realmente nunca encontrei pessoas com a mesma linha de raciocínio que a minha. Portanto eu não me vejo encaixado num rótulo/título, de ateu, agnóstico, ou crente. Eu me vejo como uma pessoa que busca a fé naquilo que nunca teremos a verdadeira resposta.

Referências para estudo online:

Estes links já possuem bastante material para estudo. É importante ser bem analista ao ler e saber ser crítico e filtrar as informações. Vá além disso, busque sempre a fé, sem se prender à organizações religiosas, ou conceitos pré-determinados, ou qualquer tradição. Só o entendimento íntimo entre você e você mesmo pode te trazer respostas às coisas inexplicáveis.


Um comentário:

  1. Pelo que eu entendo de fé, ela diz respeito ao que agente acredita sem ter uma prova.

    Eu prefiro conviver com a idéia que a vida ñ é fruto da casualidade, e pra mim pode ser que eu nunca tenha uma real prova mais eu tenho o que é suficiente pra mim, confesso que as vezes eu forço a barra pra direcionar a minha fé, porque assim fica mais divertido :D

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©2012 Sheldon Led Martins e Silva